sexta-feira, 7 de setembro de 2012

E começou a putaria...

Pois é, já dizia minha vó, lá é igual cá.

Estamos em mais um momento da nossa pitoresca democracia, e Salvador tem sido uma belíssima comunidade para realizarmos estudos antropológicos. Afinal todos prometem, todos vão fazer, todos vão mudar, vão fazer melhorar e o paraíso vai se estabelecer na terra. Enquanto a impressa faz seu papel:
- Voto não é obrigação, é direito! (concordaria se este não fosse obrigatório e passível de punições como na nossa democracia)
- Não venda seu voto, pois é preciso pensar no futuro da nação.
- Votos brancos e nulos, não fazem diferença nas urnas. (mas expressam nossa indignação).

Enfim, os candidatos correm atrás da veiculação de suas imagens a celebridades políticas, quem sabe convence a uma parcela da população desiludida com esse direito, por que não acreditam mais que ele possa fazer efeito pra alguma coisa. Não vou negar os avanços que a sociedade civil, conquistou em prol da igualdade de direitos e da inclusão social, mas a democracia brasileira ao meu ver ainda esta longe de ser democrática.

Avançamos um passo, retrocedemos três. Aprovam-se leis, MP, decretos que garantem a cidadania plena de todos os cidadãos, mas sinto na pele que ela não é para todos. Tenho lido alguns textos sobre a questão da cidadania negra no pós abolição (primeiros anos do século XX) e vejo que já se passaram 100 anos, e ainda discutimos, sobre isso, e pouco avançamos.

Se as eleições fossem uma fada madrinha e pudesse fazer um pedido: Gostaria que as desigualdades sociais fossem amenizadas, as diferenças de sexo, cor, religião, classe, dentre outras, diminuíssem ou desaparecem por completos, que um modelo de sociedade utópico, como pensou Malthus no inicio da modernidade se configurasse, mas sem escravidão. O que acho que até esse desejo ficaria na utopia, pois a sociedade pós-moderna é ainda mais complexa que a moderna. Tá cada vez mais difícil as diversas identidades se harmonizarem.

Enfim, nos resta esperar pra ver no que vai dar, por que no caso da província chamada Salvador, não somos uma população dada a muitos enfretamentos e coisa tá cada dia mais feia. Um exemplo é o enorme engarrafamento que paralisou a cidade na noite de hoje (06/09/2012), as vésperas do dia da independência, resta nos adivinhar, que democracia, ou liberdades devemos comemorar? Se alguém souber, responde aí.

Simone dos Santos Borges

Historiadora, Educadora, Cientista Social (em formação)