quarta-feira, 26 de abril de 2023

2022 foi um ano de apagão e deslocamento do mundo virtual/real

 É faz tempo que não venho aqui, desde que comecei em 2010 a escrever e refletir sobre o cotidiano nesse blogger, percebi hoje, que 2022 não tem nada. Nenhum escrito, nenhum desabafo, nenhuma reflexão.

Não, foi um ano que passou batido, como se diz na gíria dos jovens que estão quarentando como eu, mas foi um ano de auto imersão nas angustias geradas, no dizer durkheimiano: pelos fatos sociais que são genéricos, exteriores e coercitivos. 2022, perdi e ganhei na mesma proporção de dois pratos da balança que se mantiveram em equilíbrio. 

Ano de eleições marcantes e decisivas. De perdas irreparáveis, de conquistas surpreendentes, ambíguo e dicotômico. Bipolar, marcado por uma nova guerra que rememora coisas velhas de uma passado que insiste em ser presente. Mas, terminou com esperanças de tudo que poderia ser em 2023, que passou um rasteira e mostrou que a realidade não pode ser projetada, pode até ser alterada, mas tem que ser vivida na ação consciente do nosso lugar no mundo. 

É sim, Marx e Engels estavam certos, é preciso tomada de consciência do ser no mundo. Por isso, olhando as linhas que escrevi até aqui, percebi que as minhas categorias de analise sempre foram: educação escolar, política (liberdade x autoritarismo), identidade e gênero. 

Conclui o mestrado em 2022, e, vendo esse blogger, percebo que na minha dissertação todas as categorias acima mencionadas estão presentes. Nesse texto, por hora maior de minha produção acadêmica, assumi minha identidade de professora de história a qual tem uma leitura sócio antropológica da mesma, falei sobre educação escolar no contexto da ditadura civil militar brasileira (1964-1985/89), e me posicionei como mulher no mundo e que tem capacidade, liberdade e maturidade para propor inovações teóricas, modelos e técnicas de escrita acadêmicas alternativas, e nem por isso, menos cientificas, fiz acho eu, uma bricolagem. 

Muito do que reli nesse blogger, me fez (re)olhar para 2022, para a introspecção contemplativa o qual me incuti e do quanto cresci longe dos olhares do mundo das redes sociais e da vida virtual/real. Essa coisa do que é virtual/real explicarei em outro texto.

Acho que isso é o que os gregos chamavam de ócio contemplativo!!

Firme dos meus propósitos quando comecei esse blogger, farei um texto resumo sobre 2022, o meu processo do mestrado, e as coisas que 2023 até aqui, juntamente com muita terapia, me fazem voltar a essa ferramenta como escrevi da outra vez "em desuso". 


Simone dos Santos Borges 

Ms em Educação, Historiadora e Cientista Social