sexta-feira, 29 de agosto de 2014

São tantas coisas que nem sei por onde começar

Faz tempo que não uso essa ferramenta para falar coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar.
Bom, esses quatro elementos regem nossas vidas em ciclo orgânico de ida e retorno das coisas misteriosas que envolvem o universo. Míticos ou não, a verdade é que esses elementos, juntos, contam muitas histórias sobre os caminhos que percorremos ao longo de nossas vidas. Vidas que às vezes vivemos sem um rumo definido e deixando as coisas acontecerem, sem bem ao certo saber onde vai dar, ou que ainda traçamos cada minuto dela, e contando com os imprevistos que temos pelo caminho mantemos tudo da melhor forma pragmática possível.
Os problemas vem quando um desses dois planos de viver a vida falham, e aí não sabemos para onde seguir ou que fazer de nossas vidas. Uma das coisas que nos mantem vivos é o trabalho, que muitos de nós não acredita não ser necessário, mas ele é essencial. Por vezes, se não nos realizamos nessa área vem a frustração, a tristeza, as incertezas e as vezes até o comodismo, o medo de mudar, por temos o trabalho nesse lado pragmático da vida, o qual pensamos que ele não nos oferece prazer ou significado algum para nossas vidas.
Ledo engano nosso, como diria Marx, se exercermos uma função sem qualquer responsabilidade social, apenas fruímos uma energia boba, mas em contrapartida se essa trabalho que exercermos nos completa enquanto pessoas, então geramos energia, sim um princípio físico, onde no caso do trabalho como complemento de nossa subjetividade nos energiza, pois enquanto seres humanos temos a necessidade de produzir. E só é possível produzir através do trabalho, com isso temos a energia vital que nos mantém vivos.
É claro que diante do capitalismo selvagem ao qual estamos inseridos, nem sempre nosso trabalho é motivo da energia vital que nos matem em pé. Nessa selvageria capital o trabalho se torna mesmo é um peso, uma necessidade de sobrevivência que não trás nenhuma energia, nenhuma filosofia, nenhuma poesia as nossas vidas.
Isso me inquieta, sempre me inquietou, pois não consigo me sentir bem fruindo energias bobas, preciso produzir para me sentir viva. Mas, afinal que energia é essa que o trabalho produz? Os capitalistas dirão o que é o dinheiro, mas os poetas concordarão comigo, que essa energia, se chama vida.
Então senhoras e senhores vivamos, como se cada dia fosse uma oportunidade de produzir essa energia que nos permite sonhar e realizar, mesmo diante da fraqueza que a dureza da vida nos impõe, não desistamos, vamos continuar seguindo em frente, e olhando para trás apenas para contar as passadas que já demos até chegar a felicidade de viver, uma vez que entendo que não podemos nos separar das nossas origens.
Então, toda vez que pensar em desistir, olhe esses passos para lembrar que falta pouco, mas que é constante a necessidade de produzir energia através do trabalho.

Simone dos Santos Borges
Historiadora e Cientista Social