Entendo, também, que o sentimento religioso as vezes é difícil de explicar. Saber o que se passa na cabeça de um indivíduo que acredita ser filho/a de um Deus que veio a Terra e por eles/as morreu e os salvou, ou nos salvou, é complicado. Saber como as verdades reveladas por um livro o qual eles consideram sagrado, portanto inconteste, é algo que ainda demanda estudos.
Digo que entender o sentimento da fé, por parte desses grupos, ainda demanda muitos estudos - sejam eles antropológicos, históricos, sociológicos, filosóficos - uma vez que, diante das mazelas sociais que permeiam nossa sociedade, a cura dos diversos males de maneira imediata, através da Teologia da Prosperidade, para miseráveis e solitários tem um impacto histórico-social que ainda não compreendemos, conhecemos ou identificamos.
Exitem muitos estudo sobre religião, mas em sua maioria eles são "devotados" a compreensão das instituições. Então, preciso dizer que do ponto de vista da instituição tenho duras críticas as igrejas neopentecostais, que alienam, disseminam o ódio, agem de má fé com a falta de instrução dos seus adeptos, em alguns casos, ou pregam uma cura imediata ao mal, que pode ser imaginário ou não. Mas aos adeptos, antes de critica-los preciso entender como acontece a construção do seu ideal de fé, e por que, ou de onde surgi, nessa relação, fiel e dogma, a intolerância, e o ódio ao outro.
Se, enquanto estudiosa, não fizer isso, minha opinião vira senso comum, e acabo também disseminando o ódio e a intolerância, me vejo inclusive iniciando uma "Jihad", com exagero e tudo da minha parte. Entender esse movimento de fé dos neopentecostais é o primeiro passo na minha opinião para disseminar a respeitabilidade religiosa, por que a tolerância é aquilo que não se respeita.
Simone dos Santos Borges