sábado, 22 de outubro de 2011

E, quando pregamos a (in)tolerância mesmo?


Estou retomando meus estudos de História das Religiões e confesso que fiquei pasmas com alguns posicionamentos, que ouvi, recentemente, a respeito dos integrantes e adeptos aos cultos "neopentecostais", entendo que estes tem em suas bases de vivência religiosa, uma intolerância gritante aos adeptos dos cultos de matriz africana. Mas, isso não é motivo para devolver-lhes o ódio, ao menos por parte daqueles que se denominam cientistas, pesquisadores, das humanidades.


Entendo, também, que o sentimento religioso as vezes é difícil de explicar. Saber o que se passa na cabeça de um indivíduo que acredita ser filho/a de um Deus que veio a Terra e por eles/as morreu e os salvou, ou nos salvou, é complicado. Saber como as verdades reveladas por um livro o qual eles consideram sagrado, portanto inconteste, é algo que ainda demanda estudos. 


Digo que entender o sentimento da fé, por parte desses grupos, ainda demanda muitos estudos - sejam eles antropológicos, históricos, sociológicos, filosóficos - uma vez que, diante das mazelas sociais que permeiam nossa sociedade, a cura dos diversos males de maneira imediata, através da Teologia da Prosperidade, para miseráveis e solitários tem um impacto histórico-social que ainda não compreendemos, conhecemos ou identificamos. 


Exitem muitos estudo sobre religião, mas em sua maioria eles são "devotados" a compreensão das instituições. Então, preciso dizer que do ponto de vista da instituição tenho duras críticas as igrejas neopentecostais, que alienam, disseminam o ódio, agem de má fé com a falta de instrução dos seus adeptos, em alguns casos, ou pregam uma cura imediata ao mal, que pode ser imaginário ou não. Mas aos adeptos, antes de critica-los preciso entender como acontece a construção do seu ideal de fé, e por que, ou de onde surgi, nessa relação, fiel e dogma, a intolerância, e o ódio ao outro.


Se, enquanto estudiosa, não fizer isso, minha opinião vira senso comum, e acabo também disseminando o ódio e a intolerância, me vejo inclusive iniciando uma "Jihad", com exagero e tudo da minha parte. Entender esse movimento de fé dos neopentecostais é o primeiro passo na minha opinião para disseminar a respeitabilidade religiosa, por que a tolerância é aquilo que não se respeita. 


Simone dos Santos Borges  


         

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O que quero ganhar neste Natal?

Uns dias atrás coloquei essa fota no meu facebook e disse que quero um desses no Natal embrulhado pra presente. Várias amigas se mostraram solidárias, mas é difícil conseguir alguém que não se encaixa nos padrões normativos de beleza, imagine um dentro dos padrões, como o Jensen Ackles  (LINDO! ADOGO! RSRSR).

No post anterior a este expus uma situação que venho vivendo por volta de uns quatro meses, e ele bombou, tive a terceira maior quantidade de acessos desde que criei este blog e me ocorreu um insght, como diria Caetano Veloso "todo mundo quer saber com você se deita, nada pode prosperar". Afinal por que esse interesse das pessoas pelo sexo, sobretudo do sexo alheio? É só o prazer de querer saber, ou talvez a ânsia de realizar-se através das realizações dos outros? Ou apenas a curiosidade de algo que é ao mesmo tempo público e privado (ainda tabu)?

Percebo que ao falarmos de sexo, ainda hoje, causa certos constrangimentos, por exemplo, me referir um dia desses, a minha relação sexual com um dado afer, que não vem ao caso dizer quem é, que iria nos encontrarmos pra dar uma "cruzadinha". Causou-se um espanto geral.
- Nossa! Olha como ela fala?
- Menina, você é tão engraçada as vezes.
- Simone, você é uma mocinha. Mocinhas não falam essas coisas (e as vezes não pode nem fazer).

São algumas das coisas que escuto, quando falo que "vou ali cruzar" (rsrsr). O sexo é tão instigante, tão fascinante, tão delicioso que não tem palavras pra descrever a sensação que ele nos causa, principalmente quando estamos apaixonados. Por isso, se tornou proibido, pecaminoso, sujo, vedado sentir, falar e as vezes até escrever, juro que tenho a sensação que é durante o sexo que realmente sentimos a liberdade em sua plenitude. Fui assistir ao filme "todo mundo tem problemas sexuais" e me dei conta do quanto as pessoas são bobas, quando o quesito é felicidade, admitir ser pegador é moda, mas admitir que ama, que gosta, que quer ficar com a pessoa é démodé, inovar no sexo então e se permitir experimentar, conhecer o corpo e deixar que ele se liberte como fazem os animais que vivem sem regras na natureza e apenas seguem seus instintos é quase que uma aberração.

Mas a verdade é que nunca vi tantas pessoas sozinhas como vejo hoje, das minhas amigas somente três tem parceiros/as oficiais e estão naquilo que podemos chamar de união estável. Os outros dizem não querer, que estão bem, mas penso que vivem procurando alguém, sempre me perguntam quando vamos sair para aquela balada, dá uma paquerada, e quem sabe até conseguir arranjar alguém pra uma frívola relação a dois, ou seja, dá aquela "cruzadinha" descompromissada pra amenizar a solidão.

Amemos-nos senhoras e senhores, é um mandamento bíblico.

Simone dos Santos Borges