segunda-feira, 18 de junho de 2012

Por que escrevo?!

As vezes é difícil ler, as vezes é difícil até refletir sobre o que estou lendo. De uns tempos pra cá não consigo estudar nada, mas tenho uma ânsia terrível por aprender coisas novas e por escrever sobre elas. Tenho assistido muita televisão e navegado de horror na internet, tenho tido até grandes ideias, mas não tenho conseguido executar nada. 


No domingo (17/06/2012) jogando uma partida de buraco com meu namorado me surpreendo com o G-20, agora G-70, eu acho, quantos países temos afinal em desenvolvimento? Até esse dia só sabia da China, Brasil, Índia e África do Sul, será que apagaram da História os outros, ou eu que estou desinformada mesmo? 


O tal do Rio +20, fala-se de desenvolvimento sustentável, soluções para salvar o planeta da destruição ambiental provocada pelo super-aquecimento, mas sempre me perguntei o que é "desenvolvimento sustentável" mesmo? 


Dizem que tenho que gastar pouca água, produzir pouco lixo e reaproveitar esse lixo, que não posso comer hambúrguer, por que preciso comer alimentos saudáveis pra não ficar doente (leia-se gorda, pois temos um padrão de consumo alimentício, gestual, comportamental, sexual, religioso, moral, social, econômico, etc a ser seguido), que não podemos fumar, que as fábricas e carros devem ter filtro para não liberar CO2 na atmosfera, dizem que falta comida nos mercados brasileiros é por causa da seca no Nordeste,  que o problema do desemprego no Brasil, e sobretudo na minha região, a Nordeste, é devido a falta de mão-de-obra qualificada, que a solução esta na privatização, na construção de presídios, na construção de projetos arquitetônicos inteligentes e auto-sustentáveis, que precisamos aproveitar e criar energia limpa, e uma série de outras regras e normas que devemos seguir e que sempre me perguntei pra que elas servem.


A verdade do Rio +20 é que tem lá um milhão de ideias aplicáveis, baratas e sustentáveis, algumas custam caro, mas não para a população do planeta, e sim para os mega-empresários da indústria do consumo dessas normas e regras que citei no parágrafo anterior. Para eles a conta é altíssima, pois significa abrir mão, literalmente da produção da mais-valia e da exploração do homem pelo homem, e olha que nem tô falando aqui de criação de um modelo sistêmico com base numa pauta socialista. Estou falando de humanidade. 


Humanidade no sentido de que não importa nosso gênero, nossa cor, nossa religião, nossa nacionalidade, importa o que somos, e nessa conta ainda que tenhamos nossas particularidades, singularidades e individualidades existe algo que nos une enquanto espécie, a condição humana. 


Então, pensem o quanto é pesado pra mim ouvir que a alta de preço dos alimentos nos mercados brasileiros é por causa da seca no Nordeste Brasileiro, pois quem mais sofre com ela são os pequenos produtores, por que ao empresariado do agronegócio, os prejuízos são ínfimos, uma vez que a conta desse desastre natural quem paga somos nós, no momento em que eles, o empresariado do agronegócio, aumenta o preço dos alimentos e diz que a culpa é da seca que na verdade castiga mesmo é o pequeno agricultor e o produtor de subsistência. 


Que o problema do relatório final do Rio +20, não é por que o mesmo não contempla a demanda para salvação do planeta. Mas, sim por que nenhum capitalista que pagar a conta, ou seja, por que ninguém quer ter que mudar seu padrão de vida luxuosa, fútil e ostensiva. Afinal ouro é ouro, capim é capim e que me desculpe o greenpeace, a wwf, e outros organismos internacionais para salvação do planeta Terra e sua biodiversidade. 


Nosso país sedia um evento decisivo pra o futuro dessa biodiversidade, foi escolhido acredito eu por conta de sua posição política mundial, como possível líder desse G-20 ou 70, sei lá, mas sua principal demanda política é a construção de modernos "coliseus" para implantação da política dos cesares, numa alusão a Roma Antiga, é preciso prover o pão e o circo, afinal estamos em período de eleições municipais, também, é preciso garantir as bases políticas do governo da União daqui a quatro anos ou de tentar usurpá-lo (oposição). E quando penso então na organização do Estado local, no caso da Unidade da Federação Bahia, minha cabeça ferve, pois como diria um celebre jornalista: "isto é uma vergonha". 


A greve de professores(as) da educação básica é o pior exemplo dessa lógica desenvolvimentista que temos, já dizia meu professor de economina, o Sr. Demostines, este país é uma esculhambação por isso que nada aqui funciona ou dá certo. A Bahia é o estado que está com a construção do estadio para a copa de 2014 mais adianto, o governo se aplica nisso com afinco, mas só nisso, por que não há investimento em acessibilidade, de tipo nenhum, nem pra deficiente físico nem não deficiente, nenhum investimento em transporte público, saúde, quiça educação, nenhum tipo de investimento consistente para aproveitar esse evento e dá um salto quantitativo e qualitativo no crescimento econômico da região que se sustenta com o setor terciário. 


E por falar na greve dos(as) professores(as), recomendo esse videozinho que esta disponível no youtube 
http://www.youtube.com/watch?v=tZGeQ52vclw



E com a análise que fiz do mesmo para encerrar esse texto, o qual esta todo desconexo, pois é desse jeito que vejo as coisas na atual situação em que o planeta, e em específico meu país, se encontra: 
Já tinha escutado falar sobre esse vídeo. E devo confessar que me surpreendi com o grau de politização nele implícito, ele me dá um novo animo, faz crer que a profissão que escolhi e que me dedico com tanto zelo tem jeito. Ainda que seja utópico, quero e necessito que tenha jeito, pois amo o que faço e se estou hoje sem dar aulas é por que me recuso a viver da caridade dos donos de escolas particulares e das falcatruas na rede pública que me impendem de executar meu trabalho com afinco e dedicação. Gostaria que todos os (as) professores (as) se mobilizassem e parassem de aceitar o salário de fome que nos pagam, pois R$ 7,00 a hora aula é um absurdo, nenhum profissional de nível superior ganha só isso. Sei que é difícil, uma vez que entendo que Deus tem paciência, mas os os donos de bancos não. Só que se não começarmos a nos valorizarmos financeiramente o mercado nunca irá nos respeitar, é preciso que mostremos o quanto nossa profissão é valiosa, pois é isso que o mercado entende (lei da oferta e da procura), é preciso criar a demanda da educação, ou continuaremos vivendo no descaso profissional no qual estamos inseridos. Assim, faço um apelo a tod@s que tem filhos (as), sobrinhas (as), enfim, jovens em processo de formação em casa, NÃO DEIXE QUE ELES SE TORNEM PROFESSORES(AS), É PRECISO CRIAR ESCASSEZ DA MÃO-DE-OBRA, SÓ ASSIM OS EMPRESÁRIOS E GOVERNOS ENTENDERÃO.




Simone dos Santos Borges
Historiadora, Educadora e Cientista Social em Formação.


      

2 comentários:

  1. Que propriedade. Pois é minha cara, sem falar que por causa da Copa do Mundo e Olímpiadas, tudo quanto é evento vão fazer aqui. E Tome política...

    ResponderExcluir
  2. Oi pessoal, recebi esse de Oscar Nascimento e acho pertinente que vocês acompanhem o diálogo que estabelecemos sobre o tema: Greve dos professores(as) na Bahia, assim segue o e-mail que ele me mandou, minha reposta e link de acesso para as informações e resoluções da APLB sobre este assunto

    Simone:
    Olá Oscar, bom dia!!

    Você mesmo pode fazer essa divulgação utilizando-se dos comentários no meu blog. Porém devo informar que o mesmo é um canal de reflexões que estabeleço com os interessados em debater sobre os diversos temas, um deles é educação.

    Agradeço pela notoriedade e visibilidade, bem como credibilidade que deposita neste canal de diálogos criado por mim.

    Assim farei a divulgação dessa informação, a qual após avaliar, vejo a pertinência de esclarecer as diversas pessoas, das diversas áreas que acompanham minhas reflexões sobre esse assunto, que também me atinge enquanto profissional de educação. Mesmo estando desempregada, uma vez que me recuso a ganhar R$ 7,00 a hora/aula, por entender que com duas graduações e uma especialização esse valor não supre o investimento feito por mim para minha atuação profissional.

    Atenciosamente,

    Simone dos Santos Borges
    Historiadora, Educadora e Cientista Social (em formação)
    Lattes: http://lattes.cnpq.br/4087137719166530
    Núcleo de Pesquisas em Estudos Culturais - NPEC
    home-page: www.simonevivehistoria.blogspot.com
    71 8256-3042 / 71 9929-0910

    Oscar Nascimento:
    Date: Tue, 19 Jun 2012 07:43:35 -0300
    Subject: oscar.nascimento@gmail.com enviou um vídeo para você: "TV APLB: Em programa especial, Rui Oliveira fala sobre a greve dos professores."
    From: oscar.nascimento@gmail.com
    To: simoneucsal@hotmail.com


    Prezada Simone,

    Necessitamos da divulgação desse vídeo. Solicito a inclusão no seu blog que tem uma boa visibilidade no meio educacional.

    Um abraço,

    Oscar


    TV APLB: Em programa especial, Rui Oliveira fala sobre a greve dos professores.
    O professor Rui Oliveira, coordenador da APLB-sindicato, faz um panorama da Greve dos professores da Bahia. Após 66 dias de paralisação, Rui garante que a categoria continua resistente e unida. Entre os assuntos abordados nesse vídeo especial estão o reajuste salarial que o Governo do estado divulgou na mídia para confundir a sociedade, a contraproposta que os professores aprovaram na última assembleia da categoria e as atividades da greve para a semana de São João.

    Link de acesso para o Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=xegBjjt8HAQ&feature=em-share_video_user

    ResponderExcluir